terça-feira, 23 de agosto de 2011

1 min

7.20 – Alô!?! Bom dia. Ahhh. Arram, acabei de acordar. Vou tomar banho e já saiu. Beijinho, eu também.

7.33 – Oi!?! Sim, to saindo de casa. Dentro de 10min eu passo aí! Ok, não vou demorar. Beijo, tchauzim.

7.45 – Bom dia! Desculpe a demora, culpa do trânsito.

7.55 – Bom trabalho meu bem, beijo te amo! Tá bom amor, depois a gente fala sobre isso, eu to atrasado. Não benzinho, eu não to bravo, eu to atrasado. Tá bom, depois a gente se fala. Ok, beijo, tchauzim.

8.05 – Bom dia, bom dia! Fala galera, firmesa? Aí Marcão! E aquele timinho seu hem? Que vergonha hem cara? Em pleno final de campeonato Marcão? Que vergonha hem! Ahhh... tá bom, bom dia pra você também. Não sabe brinca não brinca viu, apelou perdeu!

9.00 - Cadê aquele e-mail? Será que aquele estagiário mexeu aqui de novo? Ah beleza, achei.

10.00 - Opa, me passa o açúcar. Nossa, iai Fernandinha, tudo bom? Quês bons ventos lhe trazem aqui no departamento? Aí ó, vamos marcar aquele chopp qualquer dia ok?! Tá certo. hehehe. Tchau tchau, bom trabalho.

11.59 - Anda vai, passa logo. Eu estou com fome pô!

12.00 - Beleza! Então pessoal, vão comer aonde? Vamos lá no Português ?!? Ok, encontro com vocês lá.

12.09 - Droga, tinha que fechar o sinal logo agora? Oi? Não, não, não tenho moeda não. Como é que é? Perai, perai rapaz, não atira não! É seu, é seu, pode levar...

12.10 -


Falta 1 minuto para sua vida mudar. Aproveite.

Douglas Valério
Publicidade & Propaganda

@DogValério

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Eu quero comprar. O que não interessa.

Quero gastar, torrar, queimar todo o meu rico dinheirinho. Sem compromisso e responsabilidade, quero ter todo e qualquer objeto que seja de um uso tão específico, que suas funções apenas me serão úteis em um único momento de toda a minha vida. Mas por que queremos comprar tanto de tudo? De onde vem essa sede de capitalismo sabor coca-cola que só acaba quando a boca do bolso consegue comer todo o dinheiro?

Gastar. Acho que este é o único prazer que consegue se igualar a um orgasmo. A doce sensação de ter aquilo que os outros tem. Ou de ser o primeiro a possuir aquilo que muitos ainda não tem. Esse é o pecado (ou pelo menos deveria ser) de gastar.

Depois da queda do lucrativo mercado da guerra, com seus consumidores morrendo com os próprios produtos o mundo reinventou as batalhas. No século XXI quem entra na briga são as marcas. Os soldados tornaram-se consumidores, a publicidade e o marketing são balas de calibre e precisão mortal, e as armas são os Cheques, Cartões de Crédito, Empréstimos, Parcelamento, prazos etc.

Como é difícil resistir às armadilhas da promoção. Juros camuflados em descontos e uma tropa de elite de vendas treinada para ludibriar suas necessidades e entrar para a sua lista de desejos. Até os hippies que antes faziam passeatas de paz nas ruas, agora andam nas passarelas das maiores marcas de roupas. Para ser bicho-grilo na era high tech, é necessário colocar a mão no bolso.

Mas como diz o velho ditado: “Em guerra de cego, quem tem olho é rei”. E a pergunta que não quer calar é: Por quanto o rei está disposto a vender o seu olho? Por que é claro que todo mundo tem um preço. O que falta saber é qual o número de parcelas. Tem gente que se vende em 20 vezes no cheque especial para pagar um celular. Outros se vendem com as faturas mínimas do cartão de crédito. E você? Qual é o seu valor?

Dougla$ Valério
Publicidade & Propaganda
@DogValerio


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ta bom assim.

O problema não é meu. Quem começou não fui eu. Não vai sair do meu bolso. Então eu tenho mais é que ficar calado. Pra que me preocupar com o que acontece no mundo se o meu mundo está intacto. Pra que entrar no meio de conversa dos outros se os outros não sou eu? Enquanto eu ficar calado, eu saio ganhando e se estou ganhando não há motivos para que mudar.
O mundo cresceu de mais, ficou maior do que minha barriga. Então para que me preocupar se o Sarney está roubando? Ele está roubando é lá no Maranhão, não é lá em casa. Esse povo ainda vai morrer de stress com tanta coisa que eles reclamam. Se for parar pra pensar, eu ganho mais ficando calado. Eu ganho mais não fazendo nada e continuando minha vidinha tranqüila e pacata exatamente como ela é.
Meus pais foram até Brasília com as caras pintadas gritando justiça e democracia. E para que? Tiraram o presidente do poder e outro veio em seu lugar pra continuar roubando do mesmo tanto ou até mais. Então pra que eu vou até lá de novo pra fazer a mesma coisa?
O mundo não vai mudar com minha opinião, um presidente não deixará de ser eleito por que eu não votei e eu não vou pagar menos se eu falar que está errado. Essas pessoas têm que aprender a ficar caladas. Saber qual é o seu lugar diante a situação. O mundo não quer saber de mim e eu não quero saber de ninguém.
Se você conseguiu ler esta carta até o final sem se importar, parabéns. Continue assim. Agora se você sentiu nojo de minhas palavras, o que pretende fazer a respeito?


Douglas Valério
Redator Publicitário
@DogValerio

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Vai achando que ta bom. Um dia eu mando a conta.

É de baixo de um sol escaldante e sem nenhuma praia para se refrescar que realmente fica difícil encontrar alguma diversão nessa cidade abençoada com bares, mulheres e ruas planas. Ou será que um pouco de diversão é pedir de mais? Afinal, a gente não quer só comida, também quer dinheiro, diversão e arte. Como já dizia a música do Titãs.
Goiânia sofre de um calor insuportável nestes últimos dias e os cidadãos que nela habitam estão aguardando ansiosos pelo retorno do parque Mutirama. Se até a Rotam voltou depois de uma dura represália, por que não nosso querido e único modo de entretenimento?
Então, de pouco em pouco ele está retornando. E já começou bem, nas primeiras páginas dos principais jornais da cidade. Estampando a “brincadeira” de Luiz Carlos Orro, que comprou uma Montanha Russa mais velha e custando quase o triplo do preço de uma nova, o parque já começou a ser montado. Agora finalmente posso me divertir no tão esperado Mutirama com alta adrenalina e fortes emoções como o próprio brinquedo promete.
Mas agora fica a pergunta. Por que será que o representante do PCdoB fez tal proeza? Será que achou divertido brincar com a cara de um povo que trabalha de segunda a sexta e que paga, como já dizia o jornalista Rosenwal Ferreira, a mais alta e injusta carga tributária do planeta?
É, parece que viramos motivo de piada, e daquelas bem negras e sem graça. Ai que saudades de brincar com a água da mangueira e estourar o dedo no asfalto quente jogando bola. Tudo bem, não era tão divertido assim, mas em comparação com o fato atual, era muito mais seguro. Então enquanto nós, cidadãos de bem estamos aí achando bom todas essas piadas de deputados e senadores, eles estão lá, sentados em suas confortáveis cadeiras, de baixo do ar condicionado com seus verdes montantes de dólares e se preparando para enviar a conta.

Douglas Valério
Twitter: @Dogvalerio