O Brasil em seu descobrimento foi abraçado por africanos e europeus e assim deu-se início as várias cores de uma só nação. Nos berços de nossa pátria mãe gentil, nos misturamos e crescemos um país de várias etnias onde cada filho Tupiniquim, carrega em seu sangue, as diferentes cores de um país multi racial. Mas o mesmo Brasil que é mundialmente conhecido por essa beleza colorida se limita a uma mentalidade bicolor.
Todos os anos desde 1978 é recordado a morte de Zumbi, líder do quilombo de Palmares. No dia 20 de novembro é celebrado o dia da Consciência Negra e assuntos como o racismo em nossa sociedade vem em pauta para tentar mudar o quadro atual de discriminação em nosso país. Mesmo que saibamos a desordem de nossas origens, o Brasil no século XXI ainda sofre por ser um país discriminatório.
Ninguém nasce racista, esta é uma ideia implantada através de nosso meio e flora lentamente em nossas cabeças. O trabalho de conscientização que vem sendo aplicado nas escolas tenta colher como fruto, uma sociedade mais atenta aos problemas de desigualdade racial.
A justiça que em sua cúpula é formada por uma falsa elite, deveria ser exemplo, tornando-se cega perante todos. Ao contrário, enxerga perfeitamente no meio das leis de nossa constituição a desigualdade de nossos semelhantes favorecendo a diferença entre raças. A falta de ensino de qualidade em zonas esquecidas torna o programa de cotas um exemplo deste favorecimento.
Hoje mais de 400 mil negros ingressam em universidades federais e particulares através deste sistema. E este meio de inclusão vem se tornando um assunto cada vez mais polêmico em nossa sociedade. Existem os que o julgam correto por beneficiar uma parte excluída dos serviços do governo e também os que são contra por favorecer uma raça em um país miscigenado.
A qualidade de ensino deveria ser prioridade em comunidades carentes e favelas para que programas como estes não venham a servir de desculpa de um governo incompetente. Podemos observar que a presença de negros dentro das escolas particulares aumentou consideravelmente nos últimos anos, mas mesmo assim, este é um processo ainda demorado.
No século XXI vimos uma nação que se dizia discriminatória eleger um presidente negro e no Brasil onde o machismo é visto a céu aberto, uma mulher agora comanda a cadeira do palácio do Planalto. O velho mundo está acabando, e com ele os velhos preconceitos. Afinal de contas, como já dizia Chico Cesar, "respeitem meus cabelos brancos".
Douglas Valério
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