sexta-feira, 15 de março de 2013

Pigmentação brasileira


O Brasil em seu descobrimento foi abraçado por africanos e europeus e deu início as várias cores de uma só nação. Nos berços de nossa pátria mãe gentil nos misturamos e crescemos um país de várias etnias onde cada filho tupiniquim carrega em seu sangue as diferentes cores de um país multi racial. Mas o mesmo Brasil que é mundialmente conhecido por essa beleza colorida se limita a uma mentalidade bicolor. 
Todos os anos, desde 1978, é recordado a morte de Zumbi - líder do quilombo de Palmares. No dia 20 de novembro é celebrado o dia da Consciência Negra e assuntos como o racismo em nossa sociedade vem em pauta para tentar mudar o quadro atual de discriminação em nosso país. Mesmo que saibamos a desordem de nossas origens, o Brasil no século XXI ainda sofre por ser um país de discriminação
Ninguém nasce racista, esta é uma ideia implantada através de nosso meio e que futuramente flora lentamente em na cabeça. O trabalho de conscientização que vem sendo aplicado nas escolas tenta colher como fruto uma sociedade mais atenta aos problemas de desigualdade racial. 


A justiça, que em sua cúpula é formada por uma falsa elite, deveria ser exemplo tornando-se cega perante todos. Ao contrário, enxerga perfeitamente no meio das leis de nossa constituição a desigualdade de nossos semelhantes favorecendo a diferença entre raças. A falta de ensino de qualidade em zonas esquecidas torna o programa de cotas um exemplo deste favorecimento. Hoje mais de 400 mil negros ingressam em universidades federais e particulares através deste sistema. E este meio de inclusão vem se tornando um assunto cada vez mais polêmico em nossa sociedade. Existem os que o julgam correto por beneficiar uma parte excluída dos serviços do governo e também os que são contra por favorecer uma raça em um país miscigenado.
A qualidade de ensino deveria ser prioridade em comunidades carentes e favelas para que programas como estes não venham a servir de desculpa de um governo incompetente. Podemos observar que a presença de negros dentro das escolas particulares aumentou consideravelmente nos últimos anos mas mesmo assim este é um processo ainda demorado. 
No século XXI vimos uma nação que se dizia discriminatória eleger um presidente negro e no Brasil onde o machismo é visto a céu aberto, uma mulher agora comanda a cadeira do palácio do Planalto. O velho mundo está acabando, e com ele os velhos preconceitos. Afinal de contas, como já dizia Chico Cesar, “respeitem meus cabelos brancos”.

Douglas Valério
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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A mancha branca da impunidade

O Brasil é conhecido lá fora como o país do futuro e aqui dentro como o país do retrocesso. A Proposta de Emenda Constitucional número 37, ou, PEC da Impunidade, é a prova cabal disso.

Quem consegue ferir mais o peito verde e amarelo da terra tupiniquim? Um ladrão de galinhas azul de fome ou os crimes de colarinho branco? Na guerra de cores que compõem a bandeira nacional, a Câmara Federal, composta por 53 deputados federais eleitos de forma proporcional pelos estados membros, estão prestes a tirar essa duvida de seu pleito.

Pode o Ministério Público e outros órgãos como Ibama, Banco Central, INSS investigar crimes administrativos? Ou cabe somente a polícias Federal e Civil essa função?

A Constituição Federal, por mais poder que possa conter nas palavras que compõem suas páginas, algumas vezes deixa à interpretação do leitor o manuseio de suas leis. Em seu artigo 144 ela delega exclusivamente a polícia essa função e já no artigo 129, em alguns casos, diz que outros órgão pode auxiliar na investigação destes crimes.

O Brasil, que disputa hoje o hall de países mais corruptos do mundo, é inadmissível que isso ainda seja um tema de votação. Em caso hipotético de ser aceito, ele deixa de equiparasse a países como Itália, Chile, Estados Unidos e até outros que não possuem o modelo processual como França.

Se essa PEC 37 for aprovada, com o abarrotamento de trabalho das polícias, fica as fácil correr atrás de ladrão de galinha do que limpar de vez essa mancha de impunidade do colarinho branco da história de nossa nação.