terça-feira, 4 de outubro de 2011

Eu falei comigo.

Dês do dia em que escrevi meu primeiro artigo, me dedico aleatoriamente a esta forma de expressão tão complexa e também tão completa. Hoje já possuo um acervo com diferentes temas: A impunidade do governo, pessoas, vida e também contos inventados de minha terra natal chamada criatividade. Acho que a única proposta que não tive oportunidade de falar é sobre mim mesmo.
A quem me conhece, poderia descrever-me em poucas palavras. Um cara simples, que vê a vida de forma simples e que procura sempre ter enxergar o copo meio cheio. Basicamente seria isso. Mas isso, seria uma pessoa falando sobre a minha pessoa. E eu? O que eu diria sobre eu mesmo?
Na noite de segunda-feira, 03 de outubro, data de meu aniversário, após algumas taças de vinho de algum lugar qualquer, pude ter uma conversa franca comigo mesmo. Sabe o que eu me disse? Que eu consegui enganar a todos. Que fui decepção para muitas pessoas e que meu país tinha vergonha de mim. Após escutar estas palavras da boca da única pessoa que eu sabia que nunca mentiria para mim, terminei o último gole do vinho e me levantei da cadeira sorrindo orgulhoso.
Durante toda a minha vida, estudei em escolas que me obrigavam a pensar igual a todos. E durante todo o ano letivo, eu consegui enganar a esses tolos que me passaram de ano simplesmente por que no final eu abria um livro e decorava as palavras que nele continham. A estes eu enganei.
Muita gente queria que eu passasse em uma universidade federal, fizesse administração e acordasse cedo todos os dias de minha vida. Entrei em uma faculdade particular, que não precisa se humilhar para o Governo para ter recursos de uma boa educação. Ingressei no curso de Publicidade e Propaganda, que foi o que eu sempre quis e tenho preguiça a cada manhã que acordo com o estridente barulho de meu celular. A estes eu decepcionei.
Meu país queria colocar-me uma gravata, um sapato e um sorriso. Fui embora e voltei com um braço tatuado, uma camiseta rasgada e os dentes cerrados de raiva por ter que sobreviver em um país corrupto que prefere guardar o dinheiro em paraísos fiscais do que investir na própria terra. A este eu envergonhei.
E quando gritaram em meus ouvidos que o meu jeito não me levaria muito longe. E a estes eu também eu consegui calar sem precisar dizer uma só palavra.

Douglas Valério
Redator Publicitário

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