segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Eu quero comprar. O que não interessa.

Quero gastar, torrar, queimar todo o meu rico dinheirinho. Sem compromisso e responsabilidade, quero ter todo e qualquer objeto que seja de um uso tão específico, que suas funções apenas me serão úteis em um único momento de toda a minha vida. Mas por que queremos comprar tanto de tudo? De onde vem essa sede de capitalismo sabor coca-cola que só acaba quando a boca do bolso consegue comer todo o dinheiro?

Gastar. Acho que este é o único prazer que consegue se igualar a um orgasmo. A doce sensação de ter aquilo que os outros tem. Ou de ser o primeiro a possuir aquilo que muitos ainda não tem. Esse é o pecado (ou pelo menos deveria ser) de gastar.

Depois da queda do lucrativo mercado da guerra, com seus consumidores morrendo com os próprios produtos o mundo reinventou as batalhas. No século XXI quem entra na briga são as marcas. Os soldados tornaram-se consumidores, a publicidade e o marketing são balas de calibre e precisão mortal, e as armas são os Cheques, Cartões de Crédito, Empréstimos, Parcelamento, prazos etc.

Como é difícil resistir às armadilhas da promoção. Juros camuflados em descontos e uma tropa de elite de vendas treinada para ludibriar suas necessidades e entrar para a sua lista de desejos. Até os hippies que antes faziam passeatas de paz nas ruas, agora andam nas passarelas das maiores marcas de roupas. Para ser bicho-grilo na era high tech, é necessário colocar a mão no bolso.

Mas como diz o velho ditado: “Em guerra de cego, quem tem olho é rei”. E a pergunta que não quer calar é: Por quanto o rei está disposto a vender o seu olho? Por que é claro que todo mundo tem um preço. O que falta saber é qual o número de parcelas. Tem gente que se vende em 20 vezes no cheque especial para pagar um celular. Outros se vendem com as faturas mínimas do cartão de crédito. E você? Qual é o seu valor?

Dougla$ Valério
Publicidade & Propaganda
@DogValerio


Um comentário:

  1. Oi Jovem Douglas, beleza...

    Gostei muito do seu artigo com uma linguagem reflexiva.

    Pesquiso sobre finanças pessoais já fazem uns 7 anos e suas colocações comungam com a idéia de vários consultores de educação financeira.

    Já salvei este artigo e vou usá-lo em minhas palestras...

    Valeu,

    Morais7

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